Imagens do Acre
by Alessandra Melo
Criança indígena Ashaninka
Aldeia Nova Esperança
POVOS INDÍGENAS DO ACRE
O Estado do Acre possui 36 Terras Indígenas com 15 etnias identificadas e outras 3 não contactadas (índios isolados).
A população aproximada é de 17 mil indígenas vivendo em cerca de 200 aldeias, localizadas nas bacias dos rios Juruá e Purus.
Esses povos pertencem a três famílias linguísticas: pano (originário da região andina), aruak (tradicional da região amazônica) e arawá.
As terras indígenas estão distribuídas entre os municípios de Assis Brasil, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Santa Rosa do Purus e Jordão.
Nas terras indígenas do Acre habitam as etnias Jaminawa, Manchineri, Huni Kuin/Kaxinawá, Kulina/Madija, Ashaninka, Shanenawa, Yawanawá, Katukina, Jaminawa-Arara, Apolima-Arara, Shawadawa, Puyanawa, Nukini, Nawa, além dos índios isolados.
As práticas culturais dos povos indígenas do Acre incluem um conhecimento detalhado da diversidade biológica amazônica, entre elas o uso tradicional da ayahuasca e da vacina do sapo "Kambô". Além disso, é bastante comum a utilização da caiçuma e do rapé pelos indígenas.
Ayahuasca: É a medicina tradicional de diversos povos indígenas da bacia amazônica, sendo utilizada por uma centena de tribos distintas.
Pesquisas arqueológicas sugerem que a bebida é utilizada há mais de 5 mil anos.
A ayahuasca é produzida a partir de duas plantas nativas da floresta amazônica: o cipó mariri (Banisteriopsis caapi) e a folha do arbusto chacrona (Psychotria viridis).
É considerada uma medicina sagrada, fonte de conhecimento, identidade e cultura de diversos povos indígenas. Eles a consideram um ser vivo, uma planta mestre, uma ferramenta de diagnóstico de doenças e cura.
No contexto religioso, é utilizada para atingir um estado ampliado de consciência, buscando uma comunhão e integração com a Natureza e o Criador.
Kambô: É uma das medicinas utilizadas pelos povos indígenas da Amazônia. Também chamada de "vacina do sapo", trata-se de uma resina retirada de uma rã, a Phillomedusa bicolor, e aplicada sobre a pele.
É usado pelos indígenas para afastar "panemas" (má sorte) e harmonizar o yuxin (espírito) com a natureza. Seu uso é indicado para purificar o sangue, eliminando as impurezas, bem como para reforçar a imunidade.
Caiçuma: É uma bebida fermentada feita de mandioca, geralmente usada em festas e comemorações. É preparada exclusivamente pelas mulheres indígenas, que após descascar, lavar e cozinhar a macaxeira, realizam o processo de mastigação para a fermentação do produto.
Além da macaxeira, alguns indígenas do Acre utilizam o milho, a batata e a pupunha em suas caiçumas.
Rapé: É um pó resultante da masseração do tabaco e cinzas de outras plantas, o qual é aspirado pelas narinas.
O rapé é soprado pelo próprio indivíduo ou por outra pessoa. Para isto é utilizado um instrumento feito de bambu, chamado de Tipí.
Os indígenas o utilizam para fins medicinais e cerimoniais. Pode ser utilizado para limpar as vias aéreas, para caçar e espantar a panema (má sorte, preguiça) ou em cerimônias com a ayahuasca.